Glaucoma: a perda visual silenciosa

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Esta doença afeta milhões de pessoas no mundo. Estima-se que de 1 a 3% das pessoas acima dos 40 anos tenham glaucoma, e a maioria delas desconhece este fato já que não comparece para consultas de rotina ao oftalmologista. Este percentual de doentes em relação a população aumenta com o avançar da idade, ou seja, com o aumento da expectativa de vida, teremos um maior número de pacientes portadores de glaucoma.

O glaucoma induz a destruição gradativa, silenciosa e irreversível do nervo óptico do paciente que, na maioria das vezes, nota a diminuição de visão apenas na fase tardia da doença, quando o dano já é muito significativo.

A maior parte dos doentes apresenta aumento da pressão intraocular, o que torna a diminuição da pressão ocular o principal alvo do tratamento. Os medicamentos agem nos olhos diminuindo a produção ou aumentando a drenagem do humor aquoso (líquido que preenche os olhos), promovendo o controle da doença.

Uma forma particular de glaucoma pode gerar crises de aumento repentino da pressão intraocular com perda visual rápida (em questão de dias) se não for tratada adequadamente (glaucoma agudo de ângulo estreito), além de dor ocular lancinante. Os pacientes de risco para este evento podem ser identificados no consultório, e a prevenção desta complicação pode ser feita com o auxílio de lasers que são aplicados na íris (parte colorida dos olhos), procedimento chamado de iridotomia. Pacientes com este tipo de glaucoma também podem mostrar uma segunda forma de apresentação com aumento lento da pressão ocular, o que não provoca sintomas como a dor ou desconforto ocular que são sentidos pelo paciente na forma aguda. Estes pacientes podem ter um prognóstico visual pior pela chance de maior aumento pressórico nos olhos com o tempo.

Alguns pacientes com glaucoma não possuem aumento da pressão intraocular, ou seja, ela se mantém em níveis considerados normais o tempo todo. Estes pacientes, geralmente orientais, são portadores de uma forma da doença denominada glaucoma de pressão normal. O tratamento se faz necessário da mesma forma para se evitar a cegueira.

Para os casos mais severos em que há evolução da lesão glaucomatosa mesmo na vigência de terapia clínica com o uso dos colírios, podemos recorrer a aplicação de lasers ou realização de cirurgias filtrantes para aumentar a drenagem do humor aquoso, diminuindo a pressão ocular. A cirurgia de catarata também auxilia a maior parte dos pacientes com glaucoma no controle da doença porque melhora a drenagem natural do humor aquoso.

Pacientes com diabetes descompensado ou aqueles que apresentaram oclusões de vasos sanguíneos da retina também podem desenvolver uma forma agressiva da doença chamada glaucoma neovascular, que muitas vezes leva rapidamente o paciente a perda importante da visão.

Embora cada um dos tipos de glaucoma tenha suas particularidades, de maneira geral os pacientes com esta doença precisam ser submetidos a tratamentos que diminuam a pressão ocular efetivamente. O acompanhamento do paciente com glaucoma é realizado com exames como o campo visual, fotos do nervo óptico para registro da anatomia desta estrutura e comparação no futuro, e com a utilização do exame de tomografia de coerência óptica (chamado de OCT). Este último exame é capaz de medir a camada de neurônios no fundo de olho dos pacientes, o que é o parâmetro mais importante de avaliação de estabilidade ou piora dos doentes ao longo do tempo.

É vital ressaltar que o glaucoma é absolutamente tratável, especialmente quando diagnosticado em sua fase precoce. Pacientes com miopia e aqueles que possuem parentes de primeiro grau com a doença são de maior risco para o desenvolvimento desta patologia. Estes pacientes devem visitar o oftalmologista frequentemente para se submeter a um exame rigoroso e tentar identificar qualquer sinal de glaucoma.

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Fabricio Witzel

Médico Oftalmologista do Depto. de Oftalmologia da USP
Formado pela Faculdade de Medicina da USP
Doutoramento pela Faculdade de Medicina da USP
Pós-doutoramento pela Cleveland Clinic Foundation

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